A música pop contemporânea está ficando depressiva

 

Os pesquisadores analisaram as tonalidades (maior ou menor) e os tempos (rápido ou lento) de 1010 "pop-hits" listados na revista Billboard entre os anos de 1965 e 2009.

 

A quantidade de músicas em tonalidades menores aumentou consideravelmente durante os últimos 50 anos juntamente com as músicas de andamento lento. O ponto importante da pesquisa é que muitas pessoas associaram suas sensações ao ouvir tais músicas com a melancolia.

 

De acordo com o psicólogo Glenn Schellenberg e o sociólogo Christian von Scheve, as letras deste tipo de música tornaram-se mais auto-centradas e negativas ao longo do tempo, a música ficou mais triste e emocionalmente mais ambígua. (NOGUEIRA,FLÁVIA. Musicoterapia e depressão: benefícios comprovados – http://musicasaude.blogspot.com.br/2011/10/musicoterapia-e-depressao-beneficios.html)

 

Muitos álbuns e músicas de sucesso na atualidade são profundamente melancólicos. Parece que em algum momento no tempo, a felicidade tornou-se uma violação do bom gosto. Este gosto pode advir de uma percepção pessimista da vida. 

 

Em uma outra dimensão, pesquisadores da Glasgow Caledonian University, pesquisam os efeitos positivos da música no tratamento da depressão e até da dor física. Como a tonalidade, as melodias e alguns ritmos podem ajudar a melhorar as condições clínicas de quem sofre destes transtornos.(New research could lead to doctors prescribing music to treat pain- http://www.gcu.ac.uk/newsevents/news/bydate/2010/1/name,13379,en.html)

 

Que a música nos influencia emocionalmente sabemos e percebemos. Creio que uma análise ao que costumamos ouvir é necessária. A música que temos ouvido tem nos influenciado positivamente? Música pode ser melancólica, mas também pode ser estimulante, contagiante, feliz, motivadora, crítica, didática e pode dar um toque especial ao nosso dia. A melancolia não deve ser um padrão. Esta é uma reflexão que devemos fazer.

RAMON CHRYSTIAN A. LIMA