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Cultuando melhor com a música

Tanto a glorificação de Deus quanto a santificação das pessoas caracterizam o culto cristão.” (James White)

O que torna uma música apropriada ao culto? Como podemos cultuar melhor com a música? São perguntas que podem permear nossos pensamentos. 

Como vimos na lição anterior, no século passado com a ascensão da indústria cultural, a música passou a ser amplamente utilizada para gerar lucro. Então podemos naturalmente constatar que nem todas as músicas tocadas nas rádios e TVs são apropriadas para o culto. Não é raro vermos igrejas em que as músicas são os últimos hits das rádios, onde a pessoa que escolheu o repertório da semana se preocupou somente se a música era “legal”, se tinha um bom “swing”, se agita o povo, ou se tem um tom mais emocional que leva as pessoas para um mantra, etc.

Não quer dizer que todas as músicas tocadas na mídia são ruins, mas precisamos ter alguns critérios para selecionarmos o que cantamos no culto. Por que? Simples… Como vimos na lição anterior, a música é um veículo poderoso e precisamos ter responsabilidade sobre o que veiculamos aos corações das pessoas que cultuam conosco. Ao mesmo tempo, muitas pessoas podem fazer críticas ao repertório de suas igrejas alegando diversas coisas sem muito fundamento, muitas vezes, a questão é meramente uma questão de gosto e de vontades pessoais do que realmente inadequação da música no culto. Precisamos ter equilíbrio e discernimento para saber equacionar estas questões.

Conteúdo bíblico, cantabilidade e adequação à comunidade são essenciais, mas vamos considerar outros dois aspectos: 

 

1- A música não deve ser o centro do culto. O centro do culto deve ser o próprio Deus.

A equipe de louvor ensaiou cinco músicas para o domingo a noite, tudo certo e no decorrer do culto, o pastor precisou de mais um tempo para o sermão e sugeriu-se reduzir o período do canto para três músicas. Só isso já basta para que fulano fique de bico, para beltrano reclamar porque não tocou e murmurações de outro que produziu um arranjo mas não foi tocado naquele dia, etc. Esse é somente um cenário muito comum que demonstra atitudes que não correspondem com a proposta do serviço. A música é para servir e não para ser servida. Há igrejas em que a música precisa preencher uma série de quesitos para satisfazer as vontades de beltrano ou ciclano. Inclusive há às vezes uma infantilidade e “rixas” no lidar com hinos e cânticos. Isto não é certo. A música é facilitadora e os músicos dispõem suas vidas como instrumentos de Deus. Cante uma, duas ou quinze, façamos para a glória de Deus.

 

2- A música deve ser um meio facilitador do culto, não um meio de realização pessoal.

Algo muito comum é a pessoa despertar para o dom da música na igreja. Começa ali seus primeiros acordes ou levadas na bateria e inicia-se a tocar ali. A música dá prazer e com o passar do desenvolvimento do fazer musical esse prazer de tocar fica bastante evidente na prática da música. Porém, a maioria das dificuldades que as igrejas encontram com seus músicos é relacionada a este fato: as pessoas desejam se realizar musicalmente dentro da igreja. O cantor ou cantora quer ser reconhecida pela melhor voz,o baterista quer ser o Dennis Chambers da igreja, o baixista não para de dar slaps, o guitarrista se acha o Juninho Afram no culto e quer solar a música inteira, o saxofonista também não para de tocar, os músicos de música “erudita” se julgando superiores e também querendo se realizar tocando suas peças nos cultos, etc. Enfim, os exemplos são para ajudar a visualizar, mas temos muitos outros exemplos. O fato é: A música na igreja não é para nos servir, nós é que, com a música, servimos a igreja. No culto, nossas vontades são diminuídas para que Deus nos use de acordo com o que ele deseja e a igreja precisa naquele momento. E então, como se realizar musicalmente? Junte com os amigos da igreja e toque as músicas do jeito que quiser em uma jam session num outro horário. Sole à vontade, brinque, cante, estude bastante e desfrute do prazer da boa música. Mas não faça disso uma prioridade durante os cultos.

Ramon Chrystian de Almeida Lima
-Publicado originalmente para a revista O embaixador – JUERP/Convicção

 

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