Instrumentos Musicais e os altos impostos na pátria educadora.
Ramon Chrystian A. Lima
(Escrito para o Jornal Tijuca em Foco | Mar. 2015)
Em tempos de protestos pelo Brasil, fico a pensar no novo slogan do governo: “Brasil, pátria educadora”. A despeito da verdade ou inverdade dessa afirmação, pois não pretendo fazer um artigo de cunho político, penso que nossa pátria trata um certo assunto de uma maneira que grande parte de nós músicos se sente grandemente lesado: a questão dos instrumentos musicais.
É impressionante a dificuldade de acesso aos instrumentos de qualidade. Em um país que deseja desenvolver e incentivar a cultura, espera-se, no mínimo, que haja incentivo para a obtenção de artigos que ajudem na promoção desta cultura.
A disparidade dos preços comparado aos Estados Unidos, por exemplo, é absurda. Para se ter uma idéia, uma pedaleira vendida nos EUA no valor de 500 dólares custa para os brasileiros cerca de 2600 reais ou uma guitarra vendida lá a 1000 dólares custa aqui no Brasil cerca de 5500 reais, e assim por diante.
Conheço músicos que trabalharam durante muito tempo com instrumentos medianos e quando conseguiram adquirir um instrumento de qualidade foi quase que um marco em sua vida profissional no sentido de realização pessoal. Algo que, um estudante iniciante americano poderia adquirir com muito mais facilidade.
Num país onde já precisamos trabalhar mais de 5 meses para entregar de mão beijada impostos ao governo, poderíamos ter, ao menos, isenção dos absurdos impostos sobre os instrumentos musicais. Assim, o aluno já começaria a estudar em um instrumento de qualidade que vai oferecer um timbre melhor, afinação melhor, sensibilidade e precisão apuradas e tecnologia mais avançada.
Quem é músico profissional sabe o valor e os benefícios musicais que tem um instrumento de ponta. Fica aí o pedido e a dica à nossa pátria educadora: A isenção dos impostos sobre os instrumentos musicais nacionais e importados.