Reflexões bíblicas em época de eleições no Brasil
RAMON CHRYSTIAN DE ALMEIDA LIMA
INTRODUÇÃO
Em época de eleições percebemos o andamento da corrida eleitoral e seus diversos desdobramentos. Um tema sensível e importante que pode nos levar a refletir sobre as eleições e o evangelho de Jesus.
1- Nosso reino não é deste mundo
Daniel 2.20
20 e disse: “Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre; a sabedoria e o poder a ele pertencem.
21 Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir.
22 Revela coisas profundas e ocultas; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com ele.
- Os governantes instituídos estão sob a permissão de Deus. Temos na palavra inúmeros exemplos da intervenção de Deus sob os governos.
- Atos 12 – Herodes prendeu Pedro, Deus enviou anjo para sua libertação;
- Atos relata também a intervenção sob a vida de Paulo e Silas em prisão;
- Deus libertou o povo das mãos de um rei tirano no Egito; (Êxodo)
- Destruição do exército de Senaqueribe (II Rs 19.32-35);
- Interferiu em Nínive agindo com graça por meio de Jonas;
Deus é um Deus presente no decorrer da história humana e intervém conforme lhe apraz segundo seu propósito.
- Devemos orar pela nação e pelos governantes. Todos eles carecem da graça de Deus. Oremos para que abram seus corações e venham receber a Cristo.
1 Timóteo 2.1-4
1 Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens;
2 pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade.
3 Isso é bom e agradável perante Deus, nosso Salvador,
4 que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.
- A escolha do governante é importante, mas a posição de busca da igreja é determinante.
2 Crônicas 7.14
14 se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.
- Deus faz uma promessa de bênçãos ao seu povo condicionada à humildade, a busca pelo Senhor e ao abandono do pecado; Deus pode abrir sua mão de bênção e de cura através da igreja de Jesus.
2- O mundo em que vivemos exige de nós uma conduta apropriada e um embasamento profundo de nossa fé
1 Pedro 3.8-14
8 Quanto ao mais, tenham todos o mesmo modo de pensar, sejam compassivos, amem-se fraternalmente, sejam misericordiosos e humildes.
9 Não retribuam mal com mal, nem insulto com insulto; ao contrário, bendigam; pois para isso vocês foram chamados, para receberem bênção por herança.
10 Pois “quem quiser amar a vida e ver dias felizes guarde a sua língua do mal
e os seus lábios da falsidade.
11 Afaste-se do mal e faça o bem; busque a paz com perseverança.
12 Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal”.
13 Quem há de maltratá-los, se vocês forem zelosos na prática do bem?
14 Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. “Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados.”
15 Antes, santifiquem Cristo como Senhor em seu coração. Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que pedir a razão da esperança que há em vocês.
16 Contudo, façam isso com mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão em Cristo, fiquem envergonhados de suas calúnias.
- No âmbito das eleições podemos perceber como as discussões são acaloradas. As pessoas ficam nervosas, há inimizades, inclusive dentro de suas famílias.
Sob a ótica da conduta: O Cristão deve destoar da normalidade do mundo não tratando mal com o mal nem insulto com insulto; - No âmbito das eleições nos impressiona como há construção de argumentações. Há uma guerra de informação em que a verdade é colocada em xeque a todo tempo.
Estejam sempre preparados: Em um mundo de relativização da verdade e vida superficial, devemos nos aprofundar no entendimento bíblico para trazer respostas às indagações do mundo em relação à nossa fé. Nós, como povo de Deus, temos conhecimento da verdade por meio de Jesus que é o caminho, a verdade e a vida.
3- Abstenção de voto x Abstenção da igreja
No âmbito político vemos uma corrida acirrada para obter votos e persuadir aos que se abstiveram que no segundo turno votem. Segundo analistas, a diminuição da abstenção pode ser fator fundamental para decidir a eleição do segundo turno.
Ao abster do voto nós deixamos de exercer um importante papel na democracia e escolher governantes que sejam bênção na condução do país.
Essa questão me leva a refletir sobre a abstenção da igreja em uma outra dimensão: a dimensão da proclamação do evangelho.
Não podemos, como igreja, deixar o mundo seguir alheio à evangelização. Nossa abstenção de proclamar é muito pior do que uma abstenção de votar. A abstenção de proclamar nos remete ao pecado da omissão e uma falha concreta de nossa missão.
2 Timóteo 4.2
2 Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina.
Podemos cair na armadilha de nos abster de divulgar o evangelho, ficando distraídos em questões internas da igreja e de nossas vidas pessoais. O mundo precisa da mensagem de salvação. Somente Jesus pode trazer a paz à alma humana que desesperadamente busca a felicidade. Nós temos essa mensagem e temos a missão de levá-la.
CONCLUSÃO
As eleições nos remetem a algumas reflexões:
- Nosso reino não é deste mundo. O Senhor intervém na história. Devemos escolher com boa consciência os governante, orar por eles e como igreja buscar a presença e a direção de Deus;
- O mundo em que vivemos exige de nós uma conduta apropriada e um embasamento profundo de nossa fé;
- A igreja não pode se abster na proclamação do evangelho;