A Comunhão sob a ótica da graça – Reflexões em Filemom

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RAMON CHRYSTIAN DE ALMEIDA LIMA

Filemom 1:6

v.6: Oro para que a comunhão que procede da sua fé seja eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que temos em Cristo.

Ano: Aprox. 60 d.C.

Filemom: Um membro rico da igreja de Colossos, colaborador do evangelho. A igreja se reunia em sua casa.

Onésimo: Escravo de Filemom. Fugiu e provavelmente furtou Filemom para fugir. 

  • Onésimo tendo fugido se encontrou com Paulo que estava em prisão em Roma;
  • Onésimo poderia ser morto pelo seu crime, poderia ser crucificado como punição;
  • Onésimo se converteu ao evangelho por intermédio de Paulo; era muito útil a ele;
  • Paulo precisava resolver essa situação;
  • Onésimo, agora um novo homem em Jesus precisava acertar sua situação;

v. 1-7 ORAÇÃO DE ABERTURA

  • Paulo inicia o diálogo com oração, lembrando do amor (ágape / amor de Deus) e da fé de Filemom;
  • v.6: Oro para que a comunhão (koinonia) que procede da sua fé seja eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que temos em Cristo. “ 

Koinonia: Relações de compartilhamento e amor que se dão a partir do relacionamento com Jesus Cristo. O evangelho é disruptivo pois a comunhão na sociedade antiga era possível para pessoas de mesma classe social. Em Cristo há essa ruptura, pois somos iguais em Jesus.  Uma grande quebra de paradigma, de padrão do que era aceito.

“Gálatas 3:28 NVI – Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.”

PARA PAULO, ESSA KOINONIA NÃO É APENAS UMA IDÉIA, 

MAS É ALGO QUE SE FAZ NA PRÁTICA

V. 8-21 O PEDIDO DE PAULO

  • v.10 – Onésimo se tornou filho de Paulo e irmão em Cristo
  • Filemom recebe o pedido de Paulo. “Agora, por meio dessa nova Koinonia em Cristo, receba Onésimo como se fosse a mim mesmo.” Perdoe. Onésimo mostrava frutos de arrepependimento, a sua volta lhe trazia grandes riscos, mesmo assim voltou.
  • v. 15 e 16 – Pedido ousado: “Receba Onésimo de volta, não mais como um escravo, mas como um irmão amado no Senhor”
  • v.18 – Paulo se dispõe a ressarcir Filemom de prejuízos financeiros advindo da fuga de Onésimo. Desejando que 
  • v.20 “Reanime o meu coração”, no Senhor: A compreensão da nova koinonia, da aceitação de Onésimo como irmão traria alegria e consolo ao coração de Paulo. 
  • v. 21 “Confiado na tua obediência”: O pedido do apóstolo Paulo foi feito com fé. Os riscos sobre a vida de Onésimo eram grandes. Ele poderia morrer. Logo a igreja de Colossos haveria de entender como a nova humanidade em Cristo se diferencia da sociedade. Assim como fomos perdoados em Jesus, éramos escravos e condenados, agora somos livres e devemos viver sob a ótica dessa graça salvadora.

A COMUNHÃO SOB A ÓTICA DA GRAÇA

1- Paulo Nos ensina que a comunhão precisa ser cultivada por intermédio da oração

v.4 – Sempre dou graças a meu Deus, lembrando-me de você nas minhas orações

  • A oração pelos irmãos;v.4
    O Apóstolo inicia a carta orando e explicando alguns de seus motivos de oração.
  • A oração para resolver situações difíceis.v.6 (por iluminação)

Ao se deparar com um conflito difícil Paulo ora. Orar posiciona nosso coração no lugar certo. Você tem alguma questão em aberto com alguém? Ore. 

2- O evangelho de Jesus nos adverte a perdoar através do senso da graça

v. 8 – 11 8Por isso, mesmo tendo em Cristo plena liberdade para mandar que você cumpra o seu dever, 9prefiro fazer um apelo com base no amor. Eu, Paulo, já velho, e agora também prisioneiro de Cristo Jesus, 10 apelo em favor de meu filho Onésimo, que gerei enquanto estava preso. 11Ele antes era inútil para você, mas agora é útil, tanto para você quanto para mim.

Paulo observa que Deus por vezes usa adversidades para seus propósitos. Deus usou o erro de Onésimo para transformar sua vida e seu caráter. Antes era inútil, pois embora escravo seu coração era corrompido, agora é útil, regenerado pelo poder do evangelho.

Existe o senso de justiça x o senso da graça

O senso de justiça é racional, é na balança, é olho por olho e dente por dente. Bateu – levou, quebrou – pagou, de certa forma a vingança agrada meu senso de justiça.

NOTA: vingança

  1. ato lesivo, praticado em nome próprio ou alheio, por alguém que foi real ou presumidamente ofendido ou lesado, em represália contra aquele que é ou seria o causador desse dano; desforra, vindita.
  2. qualquer coisa que castiga; castigo, pena, punição.
  • O senso de justiça muitas vezes não vai te permitir liberar perdão;
  • O senso de justiça vai te aprisionar em ressentimentos e feridas não curadas.
  • O senso da graça é diferente. É anti-natural, é transformador, é perdoador como Cristo perdoou Pedro que o negou, como José perdoou seus irmãos que o venderam como escravo, como a graça final na morte de Jesus que levou nossas culpas na cruz.

“A primeira e geralmente única pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa… Quando genuinamente perdoamos, libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro que libertamos éramos nós” (…) “A única coisa mais difícil do que o perdão é não perdoar”. (P. Yancey apud Lewis Smedes – Maravilhosa Graça p.40)

3- Paulo apela Filemom a considerar a matemática da graça

v.19 Eu, Paulo, escrevo de próprio punho: Eu pagarei—para não dizer que você me deve a própria vida.

  • Paulo lembra Filemom da matemática da graça: Filemom também foi salvo pelo evangelho, aceitou a Jesus e foi perdoado, através da vida de Paulo.

Paulo relembra Filemom, relembra a nós que não recebemos o que merecemos. Na graça a palavra mérito é deixada de lado. Nós merecíamos um castigo e obtivemos perdão. Mereciamos a ira e recebemos amor. Merecíamos a culpa de devedores e recebemos, em vez disso, uma ficha limpa. Merecíamos a morte, mas recebemos um banquete;

A matemática da graça funciona assim: 

Não custa nada para quem a recebe, custa tudo para quem a dá.

A graça não se trata de justiça: Sob a graça Jesus morreu sem merecer, não foi justo. Isso é graça.  A justiça seria: Eu e você sermos condenados e mortos eternamente separados de Deus e perdidos em nossas impurezas, pecados e delitos.. 

Paulo mostra a Filemom que nossa comunhão, nossa koinonia precisa ser vivida pela ótica da graça, porque em Jesus recebemos o mesmo perdão e desfrutamos do mesmo banquete..

Você precisa esvaziar seu senso de justiça para liberar perdão sob a ótica da graça. 

Você tem algo a perdoar?

Ore.

Peça ajuda do Senhor e libere o perdão.

Você precisa pedir perdão?

Ore, peça ajuda ao Senhor

CONCLUSÃO: A Comunhão sob a ótica da graça

1- Aprendemos na carta de Paulo a Filemom que nossa comunhão é diferente da comunhão do mundo. Somos uma família em Jesus, não havendo mais raça, posição social ou qualquer outra coisa que crie barreiras.

2- A comunhão precisa ser cultivada por intermédio da oração: Precisamos orar pelos outros, precisamos orar tbm quando temos alguma questão relacional mal resolvida.

3- Precisamos perdoar pela ótica da graça e viver sob a matemática da graça: Perdoar mesmo que a pessoa não tenha méritos. Pois também em Cristo não temos méritos para obter perdão. O perdão de Deus é um presente para nós, nosso perdão também é um presente ao outro gerado pela fé em Cristo que também nos amou.. 

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Ramon Chrystian
Ramon Chrystian é ministro de música e adoração, formado em música sacra pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB/RJ - FABAT), estudou guitarra elétrica na Faculdade Santa Cecília -SP, Conservatório Brasileiro de Música - RJ e Starling Academy of Music. Consagrado ao Ministério de Música na Igreja Batista Itacuruçá - Tijuca -RJ, atualmente é ministro de música na Terceira Igreja Batista de Cabo Frio/RJ. Autor do livro: Ministério de Música: Tensões na Liderança e a Renovação Pessoal. Ministra palestras em diversos congressos no Brasil tratando de temas como a elaboração de arranjos, guitarra elétrica e louvor e adoração. Como escritor colaborou com as revistas Louvor, Diálogo & Ação, o Embaixador. Colunista do jornal Tijuca em Foco, site Prazer da Palavra (Israel Belo de Azevedo) e Guitar Battle. Mantém o Blog www.letrasonora.com.br onde escreve periodicamente sobre música e adoração.

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