*Escrito para o jornal Tijuca em Foco
A verdade é que os músicos de certa forma são uma fraude. Calma, isso não é uma louca acusação, o fato é que todos recebemos influências do ouvir musical que é transportado para o fazer musical.
É uma espécie de criptomnésia, uma memória inconsciente e oculta. O escritor português João Pereira Coutinho em um interessante artigo na Folha de São Paulo[1] também discorre sobre o assunto. Segundo ele, a originalidade não existe e segundo Oliver Sacks[2], essa tal “criptomnésia” é fundamental no processo criativo.
“Paradoxalmente, criamos porque esquecemos. E esquecemos, de forma ainda mais paradoxal, o que a nossa memória registrou como significativo para nós: um reservatório de conhecimentos ou encantamentos onde iremos voltar um dia –anos depois, décadas depois– para construir as nossas “originalidades””. (Coutinho, 2013)